Alguns grupos tidos como minorias
estão sempre em luta para acabar com o preconceito. Muito justo e necessário. Seja
racial, religioso, sexual ou de status, o preconceito é sempre visto como uma
atitude discriminatória de um grupo ou pessoa pertencente a uma categoria “politicamente
correta” contra outro grupo ou pessoa de categoria geralmente “fora do padrão”.
Assim, em regra, seria uma
maioria contra uma minoria. Pessoas brancas x Negras. Heterossexuais x
Homossexuais. Pobres x Ricos. Católicos x Evangélicos. Magros x Gordos. Homens
x Mulheres. Todas essas dualidades preconceituosas têm origens históricas
distintas.
Sem deixar de reconhecer o óbvio,
o preconceito existe e ele ocorre de diversas formas, consciente ou
inconsciente, comissivo ou omissivo, real ou simbólico.
Mas eu cheguei a seguinte
conclusão: uma nova forma de preconceito está surgindo. É o prejulgamento
contra aqueles que seguem uma linha mais tradicional e sequer podem dizer que
não gostariam de ser diferentes, sob o risco de serem considerados intolerantes
ou mesmo preconceituosos. Eu chamaria de PRECONCEITO CONTRA OS “DÉMODÉS”
Diversas vezes já vimos e ouvimos
algumas pessoas dizerem “orgulho de ser gay”, “orgulho de ser nordestino”, “orgulho
de ser mulher”, frases estas ditas por grupos que buscam respeito e liberdade
de expressão, até aqui tudo bem, todo mundo deve ter orgulho de ser o que é e
de se expressar quanto a isso.
Mas o problema ocorre quando alguém resolve
dizer diferente, como “orgulho de ser hétero”, “orgulho de ser branco” ou “orgulho
de ser católico”, se esse “orgulho de ser...” vier de grupos que representam o
tradicional, essas expressões são vistas como uma anulação do contrário ou como
preconceito, parecendo que aquele orgulho revelado, na verdade tem uma mensagem
oculta, qual seja, “orgulho de ser hétero” poderia significar “desprezo ao gay”
e daí por diante e a mensagem passada por estes grupos “soariam” como indiretas.
Mas reparem que o respeito e a
autovalorização são direitos de todos, sejam eles tradicionais ou excêntricos e
a mesma liberdade que eu tenho de me valorizar por ser gorda, outra pessoa pode
assim fazer por ser magra, sem que com isso ela seja "gordofóbica". O
meu orgulho de ser o que sou não pode representar um desprezo ao que não sou. A
imposição de novos padrões não deve ocorrer, somos autônomos para decidir, só
não somos livres para julgar ou para desprezar qualquer pessoa, independente do
que ela for.
Muito bom!
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